quarta-feira, 31 de março de 2010

PT convoca militantes para a baderna

Esse pessoal é realmente valente, não tem medo das leis e nem de repreensão do povo. A Apoesp, cuja presidente é militante do PT está organizando uma manifestação explicitamente política. O próprio José Dirceu está convocando os militantes do PT em seu blog, e não tem a menor vergonha de dizer que essa é uma manifestação política ( o que é proibido ) e não sindical.

Uma das críticas à José Serra, governador do estado de São Paulo é em relação ao programa de bonificação por mérito que ele criou. De acordo com esse programa, o professor que estuda, se atualiza e tem boas notas nas provas anuais promovidas pelo governo vai recebendo incremento no salário em forma de bonificação.

Essa é uma maneira de fazer com que os professores não se acomodem e continuem estudando durante toda a vida. Mas para o PT isso está errado, eles querem que volte o sistema antigo, de bonificação sem mérito.

Afinal essa é a filosofia das esquerdas, a filosofia da igualdade. É muito difícil para essa gente perceber que quando se iguala 2 pessoas, o melhor sempre sai perdendo. É difícil entender que o mérito individual também tem seu valor e deve ser recompensado.

Serra já havia tentado emplacar esse plano há uns 2 anos atrás, teve que recuar devido à protestos da Apoesp. Agora, o sistema entrou em vigor pra valer, e logicamente aqueles professores acomodados que não querem estudar estão indignados e se juntaram ao PT para protestar contra o governador. Nas palavras da presidente da Apoesp, eles vão "quebrar a espinha dorsal do governador".

Abaixo o editorial do Estadão falando sobre o assunto.

Dois anos após o embate entre delegados e investigadores armados e a tropa de choque da Polícia Militar, durante a greve da Polícia Civil, as cercanias do Palácio dos Bandeirantes voltaram a ser palco de pancadaria, desta vez com os professores da rede pública estadual. Os líderes da categoria sabiam que a legislação veda manifestações no local e, mesmo assim, tentaram realizar um ato de protesto na sexta-feira, sabendo que a PM seria obrigada a reagir.

Como era inevitável, a provocação resultou em violência, deixando um saldo de 26 feridos. E, apesar de o professorado ter invocado reivindicações de natureza salarial para justificar uma passeata ilegal, o caráter político e eleiçoeiro da iniciativa foi explicitado pela presidente do sindicato dos docentes, Maria Isabel Noronha, que é filiada ao PT e que havia participado na noite anterior de evento político com a ministra Dilma Rousseff. “Estamos aqui para quebrar a espinha dorsal do PSDB e desse governador”, disse ela do alto de um carro de som, incitando os manifestantes a romper o cordão de isolamento formado por cerca de cem PMs, nas cercanias da sede do governo.

O protesto, que resultou em fotos da pancadaria largamente exploradas por simpatizantes do PT para denunciar a “violência de Serra”, foi engrossado por estudantes e integrantes de outras categorias vinculadas à CUT, o braço sindical da agremiação. Essa manifestação faz parte de um plano de provocações e de invasões com o objetivo de obrigar as autoridades de segurança a reagir, o que comprometeria a imagem pública de Serra.

Basta ver que, dias antes ao incidente em frente ao Palácio dos Bandeirantes, um grupo integrado por estudantes e servidores da USP, com o apoio de agremiações de esquerda, como o PSTU, o PCO, PSOL e PT, invadiu as dependências da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas), na Cidade Universitária, sob a justificativa de reivindicar mais investimentos em moradia estudantil. A invasão, na realidade, é outra tentativa de criar um fato político com o indisfarçável objetivo de quebrar a “espinha dorsal” do reitor João Grandino Rodas, no cargo há dois meses, nomeado por Serra.

Na época em que dirigiu a Faculdade de Direito, Grandino chamou a PM para evitar a ocupação do prédio do Largo São Francisco durante a Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública e, desde então, tornou-se um dos principais alvos das críticas de facções discentes e docentes de esquerda. Em 2009, ele foi acusado de ter oferecido ao Palácio dos Bandeirantes os argumentos jurídicos que permitiram à PM executar a ação de reintegração de posse da reitoria, que foi ocupada por estudantes e servidores em maio e junho. Antes mesmo de sua posse, em janeiro, circulava informação de que entidades de estudantes e de servidores vinculadas a grupos de esquerda tentariam invadir uma unidade da USP para obrigá-lo a chamar a polícia. E, para tentar esvaziar a iniciativa, em fevereiro ele fez uma perigosa concessão a esse grupo, propondo ao Conselho Universitário a revogação do dispositivo legal que permitia a entrada da PM na Cidade Universitária, para evitar manifestações. Deixando a reitoria de dispor de instrumentos legais para restabelecer prontamente a ordem no campus, os baderneiros invadiram o Coseas e anunciam que a ocupação é por tempo indeterminado.

Vinculados à CUT, sindicatos de categorias do funcionalismo estadual convocaram nova manifestação de protesto para hoje, quando Serra deve renunciar ao governo estadual para se candidatar à Presidência da República. A ideia é promover mais uma passeata em ruas e avenidas de grande movimento, na capital. A estratégia acarreta congestionamentos gigantescos para a população paulistana, convertida em refém de interesses corporativos. É assim que os militantes da CUT, do PT e das microagremiações de esquerda tentam demonstrar uma força política que jamais conseguiram ter no processo eleitoral. São métodos que tornam iguais pela violência e pelo radicalismo os extremistas de esquerda e de direita.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Público, gratuito e ruim

Publico abaixo um texto de Carlos Alberto Sardenberg, no Estadão. Com esse texto ele sintetiza o que foi esse governo Lula, tem muito mais a falar, mas em termos administrativos, o governo Lula foi isso.


08/03/2010
PÚBLICO, GRATUITO E RUIM


--Como a privatização pode atrapalhar na eleição, ficam as estradas ruins---

O governo Lula desistiu de privatizar o trecho de 300 quilômetros da BR 381, rodovia que vai de Belo Horizonte a Governador Valadares. Motivo, segundo explicou o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento: o pedágio ficaria muito caro, já que a estrada exige investimentos pesados. A obra agora será feita pelo próprio governo.
Parece uma decisão sensata. Para não onerar os que utilizam a estrada, o governo assume a tarefa de prestar esse serviço público.
É falso, porém.
Começa que a obra não será feita, não num horizonte de tempo razoável. Se o governo não tinha o dinheiro para mantê-la minimamente em condições, se os investimentos em outras estradas são limitados e andam atrasados, de onde vai sair o dinheiro graúdo para esse trecho?
A alternativa, na verdade, não estava entre uma boa estrada privatizada/pedagiada e uma rodovia pública razoável e de graça. Era ou estrada pedagiada ou a mesma porcaria que está lá. Por que se optou pela porcaria?
Por razões políticas. Em um ano eleitoral, o governo não quer aparecer como tendo privatizado uma estrada importante e na qual se pagaria pedágio considerado caro.
Já no segundo mandato, e depois de mais de quatro anos estudando uma fórmula de investir em estradas que não fosse o “neoliberalismo” da concessão, o governo Lula resolveu conceder algumas vias, mas de tal modo que o pedágio saísse bem baratinho. Não cobrou outorga das concessionárias – ou seja, entregou de graça as estradas – e selecionou os vencedores pelo critério do menor pedágio. Teve empresa que ganhou propondo pedágio de menos de um real, fato que foi alardeado pelo governo como a modo lulista de privatizar, digo, de conceder.
Ocorre que a coisa não andou muito bem. Empresas vencedoras, em algum tempo, passaram a pedir reajustes extras nos pedágios, sem o que não teriam os recursos para investir na melhoria das rodovias. Continua enrolado.
Com isso, o processo de concessão de rodovias acabou suspenso, como se comprovou com esse caso da BR381. Reparem: a preocupação não foi com a melhoria da infra-estrutura ou mesmo com o bolso dos usuários. Foi simplesmente para evitar uma complicação política ou a perda do discurso que compara o pedágio lulista com o pedágio tucano.
Construção e gestão de estradas é investimento caro. Por isso praticamente no mundo todo se opta pelos pedágios como forma de financiamento. Também se considera justo que o custo da estrada seja paga pelos seus usuários diretos e não por todos os contribuintes. É comum que se cobre pelo uso mesmo quando a estrada é operada pelo governo.
Há também toda uma discussão sobre o preço do pedágio, especialmente quando a rodovia é concedida a empresas privadas. Se o governo cobra pela concessão e se exige investimentos pesados na obra, é claro que o pedágio fica mais caro. É o caso das estradas paulistas, as “tucanas” – são as melhores do país, com padrão internacional, mas caras.
Reduzindo-se o padrão e sem cobrança pela outorga, sai mais barato. É uma opção. Tem a vantagem de facilitar a vida dos usuários, mas uma desvantagem importante: o governo, dono da estrada, não ganha nada com a concessão. Se cobrasse por ela, o governo poderia, por exemplo, financiar estradas não rentáveis ou gastar mais em saúde e educação.
Mas esse debate passou longe do governo. A questão ali era como obter um pedágio baratinho para usar na campanha. Não conseguindo, opta-se pela estrada pública e ruim.
Aeroportos
A mesma coisa ocorre com aeroportos. Hoje é praticamente é tudo estatal. As tarifas de embarque e operação são caras, mas os serviços estão longe de eficientes. É preciso ampliar os aeroportos existentes e construir novos, mas os investimentos atuais, públicos, do PAC, mal dão para um quebra-galho.
Em resumo, trata-se de um fracasso, cada vez mais evidente na medida em que o país cresce e aumenta a demanda de passageiros e carga. Com a aproximação da Copa e das Olimpíadas, a situação é simplesmente crítica.
E o que faz o governo? Não sabe. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, que manda na Infraero, a estatal que administra os aeroportos, havia anunciado planos de abrir o capital da empresa, vender ações em bolsa e assim levantar o dinheiro necessário para novos investimentos.
Era uma idéia interessante, mas ficou por aí. Também parecia, em um dado momento, que a privatização – pelo sistema de concessão a empresas privadas de aeroportos atuais ou a construir – era uma hipótese bem vista na assessoria de Jobim. O governador do Rio, Sérgio Cabral, pediu esse tipo de privatização, e urgente, para o Galeão.
Mas também não andou. Aqui houve uma curiosa mistura de doutrina de segurança militar e ideologia estatizante. Para oficiais da Aeronáutica, a aviação, sendo estratégica para a defesa, pois o país pode ser alvo de um ataque aéreo, tem que ser controlada pela Força Aérea. Para um certo pensamento político, a aviação é estratégica para a economia local, por isso tem que estar em mãos nacionais e estatais.
Ora, o fato de um aeroporto ser administrado por uma companhia privada não impede que a Aeronáutica cumpra suas funções de segurança. E se é estratégico para a economia, não se conclui daí que tenha de ser estatal, mas eficiente.
Por outro lado, a experiência internacional mostra que há aeroportos privatizados, de diferentes maneiras, que funcionam muito bem. Mas como fazer isso em um momento em que o presidente Lula está entusiasmado com a criação de novas estatais e numa campanha em que o investimento público via PAC é uma bandeira?
Dá num absurdo. Temos um setor inteiramente estatal que é um fracasso, um obstáculo ao crescimento do país, uma ameaça à Copa e às Olimpíadas, mas que não pode ser privatizado para não atrapalhar o quê? Mais estatização!

Publicado em O Estado de S. Paulo, 08 de março de 2010
Por Carlos A. Sardenberg

quarta-feira, 10 de março de 2010

Globo.com dá uma ajudinha para Lula

Hoje pela manha acessei 2 sites de noticias que costumo ver todos os dias, o da Band e o da Globo. Existe uma discrepancia gigantesca entre o titulo das reportagens de cada uma sobre o episodio de Lula ter comparado dissidentes do regime ditatorial cubano aos bandidos nas nossas cadeias. Mas vejam o titulo das 2 reportagens em anexo.

Para quem nao esta por dentro do assunto, Lula deu uma declaracao para a Associated Press, a respeito da morte por greve de fome de um preso cubano. O sujeito foi preso por discordar do regime, nada mais democratico do que isso. Foi ai que Lula saiu com essa perola:

Veja, não acho que uma greve de fome possa ser usada como pretexto de direitos humanos para libertar pessoas. Imagine se todos os criminosos de São Paulo entrassem em greve de fome exigindo liberdade

Se esse preceito é verdadeiro, então durante a ditadura militar no Brasil, nada mais justo do que aqueles que eram contra a ditadura serem encarceirados e ninguém poder achar isso errado. Mas acontece que a ditadura cubana é uma ditadura de esquerda, aí pode...

O que me revolta é ver a globo distorcendo o que ele falou, interpretando de uma forma benéfica para ele.



Reportagem da Globo