terça-feira, 18 de maio de 2010

Encontro de Lula com Ahmadinejad

A foto acima é uma montagem, mas reflete o que foi o "acordo" feito entre Lula e Ahmadinejad. Lula foi ao encontro ( com uma delegação de mais de 300 pessoas em 2 aviões de passageiros e mais um de carga ), com alguns propósitos:
  • Fazer campanha: Ele já voltou de lá se dizendo o pacificador da "nova ordem" que na cabeça dessa gente deve existir. Qualquer pessoa sabe que não existe "nova ordem", mas eu tenho certeza de que no próximo horário eleitoral Lula estará sendo endeusado como pacificador e negociador internacional.
  • Alinhamento ideológico: Ahmadinejad, assim como Lula, é contra o imperialismo ocidental. Lula tenta tirar o Brasil do ocidente e levar para o "oriente ideológico", se ele pudesse, levaria fisicamente.
  • Afrontar os EUA: não é de hoje que Lula faz isso. Volta e meia ele faz alguma besteirinha pra afrontar os EUA. Já fez no caso de Honduras e, como todo mundo viu, fez a coisa errada. Honduras não foi vítima de golpe como quer o Brasil e a Venezuela, os EUA demoraram mas perceberam que o que aconteceu em Honduras foi uma deposição de um presidente feita de acordo com os princípios constituicionais daquele país. O porta-voz do governo americano já falou que o acordo não agrada, logicamente.
Na prática o acordo não vale absolutamente nada para o Irã. Tudo o que os aiatolás querem é ganhar tempo, é isso que o acordo vai dar à eles. Acordos semelhantes já foram feitos com a Rússia, China e países europeus, sendo que Teerã não cumpriu nenhum. Porque dar mais uma chance? Se o programa nuclear iraniano fosse pacífico, porque impedir a inspeção da AIEA que é feita em todos os países inclusive o Brasil?

O tempo que o Irã está ganhando não será suficiente, eu espero, para que eles consigam finalmente construir sua bomba. A própria Coréia do Norte está tentando há muito tempo e até agora só conseguiu uma bomba inviável para ser colocada em foguetes. Porém, são mais alguns passos que os países ocidentais estão permitindo à eles. Onde isso vai parar?

Logicamente o país que mais teme a bomba iraniana é Israel. O Irã nunca conseguiria atingir os EUA nem o Japão nem qualquer país Europeu. Mas consegue facilmente atingir Israel.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Acordo entre Brasil e Irã

Coluna de Diogo Mainardi, na Veja.

“O Brasil é uma espécie de Macaé do mundo. Isso é uma sorte. Se o Brasil fosse a Inglaterra, Lula já estaria consagrado como o nosso Chamberlain. Sempre que alguém quer guerrear, surge algum pateta tentando ser intermediário da paz. Em 1938, o primeiro-ministro da Inglaterra, Chamberlain, viajou para a Alemanha para negociar olho no olho com Hitler. Depois de alguns encontros, eles assinaram um tratado de paz, pelo qual Hitler se comprometia a ocupar apenas uma parte do território da Checoslováquia. Chamberlain voltou à Inglaterra comemorando a paz. Seis meses mais tarde, Hitler atropelou Chamberlain e ocupou o resto da Checoslováquia. Em seguida, ocupou a Europa inteira.

Se Lula é o Chamberlain de Macaé, Mahmoud Ahmadinejad só pode ser o Hitler de Macaé. Como Hitler, ele mata seus opositores. Como Hitler, ele persegue as minorias. Como Hitler, ele tem um plano para eliminar todos os judeus. Só lhe falta o poder de fogo, porque um Macaé, felizmente, é sempre um Macaé. O papel de Lula é esse: dar-lhe algum tempo para que ele possa obter uma arma nuclear. Na semana passada, um articulista do Washington Post chamou Lula de “idiota útil” de Mahmoud Ahmadinejad. O articulista está certo. Mas há outros “idiotas úteis”, além de Lula. O G15, reunido neste domingo no baile funk iraniano, conta também com a Venezuela, de Hugo Chávez, com o Zimbábue, de Robert Mugabe, e com a Indonésia, de Susilo Bambang Yudhoyono, eleito pela Time, em 2009, uma das 100 personalidades mais influentes do mundo. Time é uma espécie de VEJA de Macaé.”

sexta-feira, 14 de maio de 2010

QUANDO O CRIME COMPENSA

sexta-feira, 14 de maio de 2010 | 5:11 ( Blog do Reinaldo Azevedo )

As piadas no Brasil costumam nascer prontas, saídas mesmo da própria natureza dos fatos. Pouco mais de uma hora depois que a mais escandalosa afronta à Lei Eleitoral de que se tem notícia foi ao ar — o horário político do PT (ver posts de ontem) —, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu punir o PT pelo programa exibido em dezembro do ano passado: multa de R$ 20 mil para o partido, de R$ 5 mil para Dilma Rousseff e cassação do próximo horário semestral do partido, previsto para… 2011 — ano em que não haverá eleição!!!

Atenção! O programa de dezembro foi muito mais brando do que o de ontem. Se uma das punições era a cassação do horário seguinte a que o partido teria direito, por que, então, não se evitou a ilegalidade desta quinta? A resposta é de fazer corar as catedrais: porque o TSE não conseguiu julgar a tempo a representação das oposições! O PT escarnece das leis de caso pensado. O TSE… Bem, o TSE, eu não sei.

Este é o tribunal que cassou governadores de estado e que pôs em seu lugar opositores que não tinham sido eleitos por ninguém! Isso dá uma medida do seu poder. Pode muito! Só não pôde julgar a tempo uma representação que coibiria um crime anunciado.

Crime anunciado? Sim, senhores! O jornalismo já havia antecipado o espírito do programa do PT. Eu mesmo escrevi um longo texto na madrugada de ontem sobre o que chamei de “celebração de mentiras sobre o passado e sobre o presente”. Estava claro que o PT forçaria a mão no horário político para tentar mover a candidata Dilma Rousseff, que andou se atrapalhando, enroscada em seus próprios… méritos, digamos assim.

É evidente que eu não estou aqui a advogar que se aplicasse uma punição antecipada, por algo que nem mesmo tinha ido ainda ao ar. Ao contrário: estou afirmando que o partido deveria ter sido punido POR AQUILO QUE FOI AO AR EM DEZEMBRO. Só que o julgamento deveria ter ocorrido a tempo para que não estivéssemos agora diante do que se caracteriza como um prêmio ao crime.

O PT, então, vai pagar alguns tostões de multa — imaginem o que representam R$ 25 mil reais em meio aos milhões que circulam numa campanha — e vai perder o tempo a que teria direito no semestre que vem, que nem é ano eleitoral!? A conclusão é uma só: o crime compensa. Assim, ou se opta pelo erro ou se passa, então, por bobo. O programa do DEM será no dia 27 de maio; o do PPS, em 10 de junho, e o do PSDB, 17 do mesmo mês. O que deve fazer cada um desses partidos? Respeitar a lei e dar ao PT a vantagem comparativa de mandar a legislação às favas ou responder na mesma moeda, apostando numa multa irrisória e na perda do tempo em 2011, quando os programas serão mesmo irrelevantes? Não fazê-los será até medida de economia!

Civilizados, diremos todos: “Não! Há que se seguir a lei! Um erro não justifica o outro!” E assim segue, então, o PT, sempre confiando que a coerência é uma cruz que deve ser carregada apenas por seus adversários, nunca pelo próprio partido? Boa parte das facilidades que Lula encontrou para governar, diga-se, decorreu deste fato: as oposições votaram com seus princípios; o PT, com o oportunismo. A mini-reforma da Previdência que o partido fez, por exemplo, contou com apoio dos adversários — afinal, elas haviam defendido aquelas medidas quando governo. O PT é que as havia bombardeado quando oposição. Propostas que os petistas, como governistas, defendiam na esfera federal, eles rejeitavam em São Paulo como oposicionistas. Eis o PT: na oposição, sabota quem está no governo; no governo, sabe que não será sabotado. Lembro tais questões, de outra área, para evidenciar que o partido não tem compromisso com a civilidade política.

O programa foi um vale-tudo escancaradamente eleitoral. E já se sabe que há um instituto de pesquisa, o Sensus, encerrando seu campo justamente amanhã. Alguém poderá dizer: “Pô, Reinaldo, isso não caracteriza nenhuma forma de manipulação; afinal, reproduz o ambiente da campanha tão logo comece o horário eleitoral; Lula estará ao lado de Dilma na TV, afirmando aquelas mesmas coisas”. É verdade! Só que os adversários da petista também estarão na TV, com programas eleitorais.

Esse coquetel envolvendo ilegalidades e malandragem é um golpe de força que o PT aplica para tentar, nem que seja na porrada, empatar um jogo que, todos sabem, começou mal para Dilma Rousseff. E noto: pouca importa o efeito que a pantomima de ontem possa ter. Essa não é a questão mais importante. O que constrange é ver o presidente da República, em pessoa, a ser o mestre de cerimônias da mais descarada ilegalidade.

E não é a primeira vez. Sou obrigado a lembrar de novo que Jackson Lago, governador do Maranhão, acabou cassado porque seu antecessor e aliado fez numa solenidade rigorosamente o que Lula fez por Dilma Rousseff naqueles eventos ilegais de que ela participou e que custaram ao presidente não mais do que duas multas de R$ 5 mil. Em novo ato ilegal, ele fez chacota das punições.

O que se está aqui cobrando de tão formidável ao presidente e aos petistas? Que respeitem as regras do jogo. E que o TSE seja um pouco mais célere para sacar o cartão amarelo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

DILMA, O CAVALO DE TRÓIA

sexta-feira, 7 de maio de 2010 | 5:25 - Blog do Reinaldo Azevedo

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi na terça-feira à noite a um encontro com Michel Temer (PMDB), presidente da Câmara, declarar a sua rendição. Mas não bastou. Saiu do encontro sem o “sim” definitivo. A mercadoria já subiu de preço. E isso começa a revelar o chamado “custo PMDB”, que também pode ser chamado de “Risco Dilma”. Explico-me.

Depois de Lula ter sido malsucedido na tentativa de sabotar a candidatura de Temer a vice na chapa encabeçada por Dilma, restou aos petistas fazer o “convite”. Os peemedebistas exigiram o ritual de humilhação. Afinal, era preciso que uma coisa ficasse muito clara: entre PT e PMDB, quem não tem opção é o partido de Lula. O outro sempre pode bandear-se para o lado do tucano José Serra, como farão alguns diretórios regionais, levando consigo seu latifúndio televisivo. O PT lideraria, nessa hipótese, uma coligação de nanicos ou quase-nanicos. E ficaria ainda mais dependente do “fator Lula”.

Seria uma tragédia. Serra certamente não dispensaria o PMDB, mas sua postulação não depende do apoio do gigante. Sem o PMDB, a candidatura de Dilma ficaria extremamente fragilizada, apesar do amparo de Lula.

Os peemedebistas sabem que seu apoio não tem preço — ou melhor: tem um preço enorme. Nesse particular sentido, a boa largada do tucano e a impressionante soma de trapalhadas da petista fazem o PMDB valorizar ainda mais a mercadoria. Na sua habitual arrogância, Lula e os petistas acreditaram poder engabelar Temer, Sarney, Renan e moralistas do gênero e impor a solução Henrique Meirelles — uma espécie, assim, de PMDB sem peemedebismo. Deu errado, como se sabe.

Pois bem! Dilma fez o convite, mas o PMDB, olhem que coisa, fez-se de rogado — ou “de estreito”, como diria o Marquês de Sade… Não declarou apoio, não! Temer está muito honrado, claro, claro, mas decisão mesmo, para valer, só em junho. Esse negócio de partir já para o rala-e-rola é coisa para PC do B, PSB, PDT, os que não têm como impor a sua vontade. Os peemedebistas pretendem dar a palavra final só no dia 12 do mês que vem, véspera da convenção do PT.

Há chances reduzidíssimas, próximas de zero, de o PMDB “nacional” não fechar com Dilma, embora os diretórios regionais tenham liberdade para fazer o que acharem melhor. Mas, enquanto a possibilidade existe, os peemedebistas fazem como os deuses antigos, segundo Fernando Pessoa: “vendem quando dão”, e os petistas tentarão “comprar a glória com desgraça”. Os minutos do partido na TV custarão a imposição de soluções regionais a que o PT aqui e ali vai resistir inutilmente. É o caso, por exemplo, de Minas Gerais. O PMDB não aceita qualquer solução que não seja Helio Costa na cabeça de chapa. A decisão, que todos sabem qual é, sai daqui a um mês.

Dilma, está posto, não é Lula. Os peemedebistas estão demonstrando que já a fizeram refém do partido — e isso será o normal caso ela se eleja presidente da República. Vejam que fato curioso, notável mesmo! Ao tentar o seu terceiro mandato por procuração, escolhendo para protagonista da peça a camareira tarefeira — e Dilma não tem a desenvoltura de Anne Baxter em All About Eve —, Lula jogou a sorte da candidatura de seu partido no colo do PMDB e de seus notáveis patriotas. Mais do que isso: caso Dilma seja eleita, jogou a sorte do país.

Sim, todos têm aliados incômodos, até Marina Silva. A questão não é essa. O caso de Dilma é um pouco diferente. Se vocês não gostam da fachada petista que tem a sua candidatura, saibam que isso é só a parte externa mesmo do Cavalo de Tróia. O ventre do bicho está lotado de peemedebistas prontos para fazer com o país o que os gregos, afinal, fizeram com Tróia..