sexta-feira, 24 de abril de 2009

Lula fez o de sempre. SC pode esperar

Lula fez com Santa Catarina o que sempre faz com o Brasil ( exceto o Nordeste ). Mentiu. Em novembro, no auge da comoção nacional sobre os estragos causados pela enchente em SC, doações chegando de todos os lugares do país, voluntários trabalhando, Lula fez um lindo discurso e afirmou que o governo federal faria tudo para ajudar o estado. Que enviaria inicialmente R$ 1 bilhão, e isto seria apenas o começo.

Pois bem, quase 6 meses depois o que se vê é totalmente o contrário. Lula mentiu. Ignorou o estado de Santa Catarina. Pessoas ainda vivem desalojadas. O porto de Itajaí, motor da economia na região, não recebeu ajuda federal. O R$ 1 bilhão prometido não veio. Agora, empresários e lideranças políticas estão tendo que implorar essa ajuda federal, para um problema que ele prometeu ajudar.

Parafraseando o próprio acéfalo, nunca na história deste país um presidente mentiu tanto, enganou tanto, e ao mesmo tempo teve tanta popularidade quanto Lula.

Fonte: Diário Catarinenese

Empresários vão apelar para o presidente Lula
Líderes políticos e empresariais decidem marcar audiência para tentar liberação de verbas

Parecia a repetição de uma daquelas reuniões que ocorreram durante a tragédia de novembro. Olhares cansados e expressões preocupadas denunciavam a angústia de lideranças políticas e empresariais na busca de uma solução para facilitar a liberação de dinheiro para a reconstrução da cidade.


Dentre os assuntos discutidos, o pedido de uma audiência com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi considerado a única alternativa para solucionar de vez o impasse dos recursos.

– Já se passaram cinco meses e nada aconteceu. O presidente veio aqui duas vezes e nada resolveu. Ele falou que não faltaria dinheiro para Blumenau e não está honrando – desabafou, em tom crítico, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Alcantaro Corrêa.

O documento solicitando a audiência com o presidente será encaminhado semana que vem ao Palácio do Planalto. Por meio do documento, líderes empresariais de Blumenau querem reapresentar todo o drama que a cidade e o Vale passaram e as dificuldades que ainda estão enfrentando. Corrêa não vê outra alternativa.

– Se isso não ajudar, quem poderá ajudar? Se ele é o mandatário do país e não consegue comandar ministérios, estamos perante uma gestão que manda quem quiser, como quiser e quando quiser – falou.

O mesmo tom foi usado pelo presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis (Sintex), Ulrich Kuhn. Ele chegou a ser mais incisivo, respondendo às declarações de que o impasse não deveria ter chegado onde chegou:

– Isso já se transformou em fato político. Ninguém vai me convencer que não há pressão política contrária para que as coisas não aconteçam aqui. Nós usamos todos os caminhos possíveis e imagináveis. E o que aconteceu? Nada. Zero. Será que vai faltar tempo também para chegar dinheiro no Estado do Maranhão? – questionou, falando das chuvas que hoje assolam o estado nordestino.

Por sugestão do prefeito João Paulo Kleinübing (DEM), a comissão que irá a Brasília – caso a audiência seja marcada – deverá ser formada por representantes de associações de moradores, dos abrigos e de lideranças empresariais.

– Esta não será uma ação partidária, e sim uma ação da cidade – disse o prefeito, reiterando que a audiência depende da agenda do presidente Lula.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ciro Gomes é a encarnação do congresso

Fonte: Folha

Entre as muitas reações às medidas anunciadas pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), contra a "farra das passagens", a do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) foi a mais "raivosa". Indignado, ele chamou colegas de "babacas" e falou palavrões enquanto conversava com jornalistas.
Ao negar em plenário que tenha emitido passagens de sua cota para a sua mãe ir a Nova York (EUA), Ciro foi mais moderado. "Trata-se de leviana e grosseira mentira aquilo que foi feito, envolvendo pelo menos o nome de minha mãe, octogenária", disse.
Minutos depois, no entanto, Ciro, ex-candidato a presidente da República, repetiu por diversas vezes aos jornalistas que creditavam a informação ao Ministério Público: "Ministério Público é o caralho! Não tenho medo de ninguém. Da imprensa, de deputados". "Pode escrever o caralho aí", disse.
Ainda muito irritado, o deputado criticou as medidas, anunciadas ontem, que vetam o uso da cota por familiares, chamando alguns colegas, sem dar nomes, de "babacas". "Até ontem era tudo [o uso de passagens] lícito, então por que mudou? É um bando de babaca", disse.
Em referência a Fernando Gabeira (PV-RJ), o deputado do Ceará também fez críticas a colegas que "se dizem do grupo dos éticos, mas dão passagens aos seus parentes". Ciro disse que não só não usou sua cota para sua mãe como devolveu, desde 2007, R$ 189 mil aos cofres públicos.
Na última pesquisa Datafolha, feita em março, Ciro aparece em primeiro ou em segundo lugar na corrida presidencial, a depender do cenário.
Além dele, o deputado Sílvio Costa (PMN-PE) também fez fortes críticas a Temer. Ele afirmou que vai recorrer em plenário caso seja aprovado o ato da Mesa que acaba com o uso da cota para parentes. "Não é justo que mulher e filhos não possam vir a Brasília. Quer dizer que agora eu venho para Brasília e minha mulher fica lá? Assim vocês querem que eu me separe. É preciso acabar com essa hipocrisia. Ou a Câmara tem a coragem de falar a verdade ou cada dia vamos apanhar mais", disse, para logo a seguir ser aplaudido por colegas.
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Porquê ele é a encarnação do congresso?
Podemos ver que é ele quem tem lutado com maior veemência contra as reformas que estão sendo feitas. Ou seja, luta para manter a mamata como está, enquanto alguns outros estão envergonhados de terem cometido tais deslises como é o caso de Fernando Gabeira que veio à público pedir desculpas.
Não estou defendendo Gabeira, ele também errou, mas pelo menos ele ainda tem noção do que é certo ou errado. Ciro já perdeu essa noção, e pelo visto há algum tempo.

Quem é contra o discurso do Ciro Gomes, por favor, envie uma mensagem para ele. Basta acessar o endereço:
http://www2.camara.gov.br/canalinteracao/faledeputado

E preencher o formulário.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ainda há esperança de que a gasolina vai baixar?

O governo acaba de jogar um balde de água fria na ilusão do povo brasileiro. Alguns ingênuos acreditavam que a queda no preço do barril de petróleo seria repassada para as bombas dentro de algum tempo. Enquanto o presidente da estatal Sergio Gabrielli afirmava que não repassaria enquanto não houvesse uma estabilização ( de quantos meses Gabrielli? ) nos preços do barril.

Agora, ao que parece, o governo vai diminuir a margem da Petrobras para aumentar os próprios ganhos com impostos. Há muito se fala que a formação do preço do barril é feita pela petrobras não por critérios técnicos, mas sim políticos. O governo acabou de nos trazer a prova mais contundente disto. Não que eu precisasse de alguma prova, eu já sabia, mas serve para os brasileiros perceberem que o governo poderia ter baixado este valor antes, se quisesse.

Veja uma parte da matéria da folha:

Por Leandra Peres, na Folha:
A equipe econômica quer aproveitar a queda do preço do petróleo no mercado internacional para melhorar a arrecadação de tributos, em queda com a crise financeira, e elevar as transferências aos governos estaduais.
A ideia é aumentar o imposto cobrado na gasolina sem, no entanto, elevar o preço ao consumidor. Para isso, o valor de venda da Petrobras na refinaria terá que cair, num movimento oposto ao que o governo fez no ano passado.
O mesmo deve ocorrer com o diesel, mas nesse caso parte do ganho será dividida com o consumidor via redução de preço.
A mudança em discussão tem como argumento a queda no preço do petróleo no mercado internacional. O barril do produto, que chegou perto de US$ 150 na metade de 2008, gira hoje em torno de US$ 50.
A decisão, no entanto, não deve ser rápida. Há dúvidas técnicas, como a alta oscilação nas projeções de preço do petróleo. Mas os maiores impedimentos são políticos.
Um deles é a Petrobras, que resiste a abrir mão de receitas e de parte do lucro. Se o governo baixar o preço dos combustíveis na refinaria, o custo da medida será da estatal, que receberá menos por suas vendas.
O argumento dos defensores da proposta é que a empresa tem espaço para trabalhar com um caixa mais baixo depois que deixou de contribuir com R$ 15 bilhões ao ajuste fiscal do governo federal. Esse foi um dos motivos pelos quais o governo decidiu fazer a mudança na contabilidade pública e liberar a Petrobras.
Uma queda no preço dos combustíveis também afeta a arrecadação dos Estados. A Folha apurou que uma das principais resistências vem da Bahia. O governador e ex-ministro Jaques Wagner (PT) já avisou a Lula que a arrecadação do Estado seria muito afetada pela medida. O setor petroquímico responde por 25% do ICMS recolhido no Estado.
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Lamentável, Ciro...

No auge da farra das passagens aéreas, a população brasileira que está muito revoltada com o congresso nacional, acaba de ter de engolir uma declaração que desce quadrada. Vejam a pérola que o deputado Ciro Gomes ( PSB-CE ) soltou:

"Estou aqui querendo me referir a essa sanha violenta, intimidatória. Estou defendendo uma questão republicana. Os americanos têm direito à passagem? Têm. O parlamento americano tem cartão sem limite para a viagem do parlamentar. A França tem custos pagos pelo contribuinte francês? Tem. A Suécia tem? Tem. A Dinamarca tem? Tem. Todos os parlamentos têm. Isso falta ser explicado ao povo brasileiro”

É fácil analisar as coisas parcialmente. Veja como Ciro esqueceu de alguns detalhes:

1 - O Brasil está sendo comparado por Ciro com países RICOS, coisa que o Brasil ainda não é.
2 - O Congresso brasileiro custa mais caro do que o alemão, inglês, frances, italiano, etc.. Ou seja, o Brasil que é um país muito mais pobre do que os citados tem um custo muito mais alto. Em média os parlamentares europeus custam R$ 2,4 milhões por ano aos cofres públicos, os nossos? Custam em R$ 10 milhões por ano. Que tal Ciro, fazer uma conta simples para verificar qual seria o valor 'justo' à ser gasto por parlamentar? Talvez uns R$ 400 mil ao invés dos atuais R$ 10 milhões?
3 - Um estudo feito entre todos os países da ONU mostra que apenas 1 país no mundo paga salário para vereadores. E esse dinheiro também sai dos nossos impostos.
4 - Se é para comparar com os EUA, vamos lá. Nos EUA são 2 senadores para cada estado, e não 3. Portanto vamos nos espelhar neles e diminuir dos atuais 81 para 54?
5 - Ainda comparando com os EUA, eles têm 435 deputados para 303 milhões de habitantes. Para ser proporcional teríamos que ter 276 ao invés dos atuais 513.

Bom, não vou me estender mais, acho que já deu pra entender onde quero chegar né? Além do que falar mais seria chover no molhado.

Sua paciência ainda não se esgotou? Você ainda não chegou no limite da raiva? Quer ver algo ainda mais revoltante?
Seus problemas acabaram. Acesse: http://www.transparencia.org.br/docs/parlamentos.pdf (atenção, não recomendado para cardíacos )

Ahhh, ia esquecendo de um último detalhe. Ciro está cotado para ser candidato à presidente na próxima eleição. Imaginem só, se o Lula que pregava o combate à corrupção está mais sujo do que qualquer outro presidente, imaginem o que seria de nós com uma pessoa que faz este tipo de pregação...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Fome Zero

Fonte: Guilherme Fiuzza

A famosa boquinha do PT virou um bocão. Lula rasgou a fantasia e mandou gastar. O governo finalmente está livre da herança maldita.

A herança era um palavrão chamado responsabilidade fiscal. Os neoliberais tinham decidido que o Estado não pode gastar mais do que arrecada. Uma política insensível, que atrapalha, por exemplo, a construção de um palanque bonito para a mãe do PAC.

Mas esse problema acabou. A Petrobras, mecenas do PT, não servirá mais só para aquelas boquinhas do tipo que Silvinho Pereira administrava. Numa canetada de dar inveja a Hugo Chávez, Lula tirou a estatal do cálculo do superávit primário.

Traduzindo: a Petrobras não tem mais nada a ver com essa história de tirar o Brasil do vermelho. Está criado o paraíso fiscal do governo popular.

Calcula-se que vão “sobrar” uns 20 bilhões de reais para a gastança. No mesmo momento em que os gastos públicos com pessoal sobem quase um terço (em relação ao início de 2008). Entendeu? O paraíso fiscal lulista vai permitir que o seu dinheiro multiplique as boquinhas da companheirada.

É claro que eles vão te dizer que o dinheiro vai ser investido no pré-sal. Salgada mesmo será a conta dessa cascata em 2011.

Lula só fala da grana que vai emprestar ao FMI. Já deu para ver que o governo vai atravessar a seca da crise arrotando caviar, tentando eleger Dilma a qualquer custo. Só não dava para imaginar que teria a ousadia de instituir o Ralo Oficial da República.

Mas tudo bem, a opinião pública nunca teve saco mesmo para esse papo de superávit primário, coisa de neoliberal.

Viva o vermelho – do PT e do caixa nacional.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Gastança sem fim

Uma das coisas que todos os economistas vem repetindo nestes últimos anos é que a gastança do governo Lula é o grande impecílio para grandes investimentos que poderiam estar sendo feitos. Obras que já deveriam estar prontas nunca acabam, portos defasados, estradas em péssimas condições, falta de ferrovias para os portos, problemas que o Brasil enfrenta há muito tempo, claro. Mas nesses últimos anos, o aumento na arrecadação e nos investimentos estrangeiros, aumento da carga tributária ( por mais que o governo alegue que não ), e a recente queda da selic, são fatores que aumentaram consideravalmente o poder do governo para fazer investimentos.

Pois bem, infelizmente os investimentos não evoluiram nem 1/4 do total do aumento da arrecadação. A maior parte foi mesmo para gastos com o custeio da máquina ( que já eram enormes ). Ao invés de tentar reduzir o custo do estado para o contribuinte, a estratégia é aumentar. Afinal, são muitos companheiros que precisam de emprego né? Segue em azul a reportagem da Folha de São Paulo com um estudo que mostra que, tudo o que o governo economizou ( U$ 40 bi ) com a queda de juros, usou para pendurar mais companheiros e aumentar os salários daqueles que já estavam lá. Só para dar uma idéia, este valor é suficiente para construir duas linhas de trem-bala do Rio à São Paulo ( o governo vem anunciando isto à anos, porém a licitação foi suspensa recentemente ).

O governo federal usou praticamente toda a economia que teve com a queda dos juros desde 2006 para reforçar sua própria estrutura e aumentar o salário do funcionalismo público. Pouco foi feito para elevar os investimentos, necessários para permitir que o país cresça sem solavancos.
É o que revela estudo feito pelo economista Alexandre Marinis, sócio da consultoria Mosaico, a pedido da Folha. Entre abril de 2006 e fevereiro de 2009, os gastos anuais do governo central com juros caíram cerca de R$ 40 bilhões. No mesmo período, as despesas com pessoal subiram iguais R$ 40 bilhões, e as de custeio, R$ 26,7 bilhões. Já as despesas de capital -os investimentos propriamente ditos- aumentaram apenas R$ 14,7 bilhões.
O mês de abril de 2006 foi escolhido como marco inicial do estudo por duas razões. Naquele mês, o governo central registrou o pico do pagamento de juros acumulados em 12 meses. Também foi a partir de abril de 2006 que o governo acelerou a contratação e intensificou os reajustes salariais.
Ou seja, o aumento de gastos com funcionalismo e custeio não foi produto de um simples crescimento vegetativo e involuntário da máquina, mas, principalmente, do voluntarismo oficial.
Entre 2003 e 2005, nos três primeiros anos do governo Lula, o crescimento médio anual da folha de salários federais foi de apenas R$ 7 bilhões. Entre 2006 e 2009, esse aumento pulou para R$ 13 bilhões ao ano.
"A política econômica do segundo mandato do presidente Lula está sendo marcada não só pela queda dos juros, mas também pelo maior ciclo de contratações e de aumentos salariais ao funcionalismo de que se tem notícia", disse Marinis.
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sexta-feira, 17 de abril de 2009

ONG petista da BA recebeu R$ 6,6 milhões da Petrobras

Por Silvio Navarro, na Folha:

A ONG petista Aanor (Associação de Apoio e Assessoria a Organizações Sociais do Nordeste) recebeu um montante de recursos da Petrobras que vai além do patrocínio a festas de São João no interior da Bahia. Desde 2005, a empresa firmou com a entidade, comandada pela vice-presidente do PT no Estado, contratos que somam R$ 6,6 milhões.
Parte desses contratos de patrocínio foi firmada sob a rubrica de dois projetos: "Buscando a Cidadania" e "Dia Internacional dos Direitos Humanos".
Para o Dia dos Direitos Humanos, foi pago R$ 1,3 milhão no final de 2007. O dinheiro destinava-se a feira cultural no Farol da Barra, show de música e atividades de teatro e dança em Salvador.
"A preservação dos direitos humanos é diretriz de responsabilidade social da Petrobras e em sintonia com as instituições nacionais e internacionais, governamentais ou não, que trabalham com o tema", diz a empresa sobre o contrato.
No caso do "Buscando a Cidadania", foram sucessivos pagamentos que totalizam R$ 1,2 milhão. A remessa mais recente, de R$ 341 mil, tem vigência até outubro deste ano.
Segundo a Petrobras, o projeto prevê "qualificação profissional de jovens e adultos do bairro de Lobato", "marco zero do petróleo no país", localizado na periferia de Salvador. Trata-se de curso técnico profissionalizante que, de acordo com a empresa, atende 630 pessoas.
A maior fatia dos recursos, totalizando R$ 4,1 milhões, refere-se ao São João, festa tradicional no Nordeste financiada pela estatal desde 2006.
Conforme a Folha revelou, a ONG Aanor intermediou a destinação de R$ 1,4 milhão, no ano passado, distribuído para empresas contratadas por 26 prefeituras no Estado.
Prefeitos do interior da Bahia relataram ter sido abordados por Rosemberg Pinto, assessor do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, para tratar das cotas de patrocínio.
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segunda-feira, 13 de abril de 2009

ESTA MOÇA NÃO APRENDEU A ODIAR. ENTÃO UM TRIBUNAL RACIAL CASSOU A SUA VAGA NA UNIVERSIDADE

A covardia tomou conta do país, e o racismo avança .
É covarde boa parte da imprensa, que se cala diante do abuso de celerados racistas!
É covarde a Justiça, que permite que a Constituição seja violada sob o pretexto de se fazer justiça histórica.
É covarde o Congresso Nacional, que tem cedido ao lobby dos racistas.
São covardes os que, mesmo discordando das leis racialistas, se conformam com a instituição de tribunais raciais no país.
É covarde o Ministério Público — quando não é conivente — ao permitir, sem dar um pio, que direitos sejam cotidianamente agravados.

Vocês certamente leram o caso da estudante Tatiana Oliveira, 22 anos, que cursa pedagogia na Universidade Federal de Santa Maria. Apelou à lei das cotas para ingressar na faculdade. Declarou-se parda. Segundo entendi, seu pai é mestiço, e a mãe é branca. Leiam o que foi publicado no Globo On Line. Retomo em seguida:

Logo depois da aprovação, Tatiana entregou os documentos que a UFSM exige dos futuros alunos. No caso dos cotistas afro-brasileiros, é necessária uma autodeclaração do aprovado dizendo que é negro ou pardo. Tatiana fez o que foi pedido e começou as aulas normalmente. A surpresa veio no dia 18 de março, quando ela foi convocada para comparecer a uma entrevista na reitoria.
Segundo Tatiana, na reunião estavam sete pessoas, três negras. Por alguns minutos, eles a teriam questionado sobre sua raça, se já havia sofrido preconceito e o porquê da opção pelo sistema de cotas. Tatiana, filha de branca e pardo e neta de negro, respondeu:
- Eu falei que me considero parda. Menos parda do que meu pai, porque minha mãe é branca. Respondi que nunca sofri preconceito e que escolhi me inscrever no sistema de cotas porque ele dá chance para que nós, de cor parda, possamos ingressar na universidade. Falei a verdade - diz Tatiana.
Depois da entrevista, ela foi comunicada pela coordenadora do seu curso que a sua matrícula foi cancelada. A decisão revoltou Tatiana e sua mãe, a técnica em Enfermagem Adriana Oliveira.
- O que a UFSM quer? Que só entre quem já sofreu preconceito? Ninguém aqui usou de má-fé para conseguir uma vaga. A Tatiana só se inscreveu por cotas porque entendemos que era um direito dela. Mas, pelo jeito, agora teremos de definir a cor da minha filha na Justiça - indigna-se Adriana.

Voltei
Olhem a que ponto chegou a estupidez! Escrevi há uns dois ou três dias que os negros, no Brasil, são 6% da população. Um leitor, realmente curioso, indagou: “Ué, mas os negros já não são mais de 50% do país?” Não, não são, não, meu caro! Trata-se de uma mentira política e de uma farsa ideológica.

Em dezembro do ano passado, o Ipea, em parceria com o IBGE, divulgou a falácia de que os negros já são 49,8% dos brasileiros — 51,1% da população masculina. Como é que 6% viram 49,8%? Simples: pegaram os 43,8% de mestiços e somaram aos 6% realmente negros, e todos ficaram sendo “negros”. E “ser negro” está começando a virar uma categoria política no Brasil.

Esse grupo que o Ipea/IBGE pretende chamar de “negro” correspondia a 45,1% da população em 1993. Em 2007, saltou para 49,8%!!! Teria havido uma explosão de natalidade? Não! Como a pesquisa é feita com base na autodeclaração, é evidente que mais gente passou a se declarar “negra” ou, a exemplo de Tatiana, “parda” porque isso passou a ser uma vantagem competitiva.

Os números de dezembro de 2008 tinham sido parcialmente antecipados no dia 13 de maio daquele ano por ocasião dos 120 anos da Abolição. Divulgaram-se, então, dados com o perfil racial das regiões brasileiras. A vigarice é tal, que se sustenta que a Região Norte tem 85% de... negros! É um escândalo estatístico e histórico. E que pode ser percebido a olho nu. A esmagadora maioria dos “pardos” daquela região deriva da mestiçagem de branco com índio. VALE DIZER: SE, NO PASSADO, FEZ-SE UM ESFORÇO DE EMBRANQUECIMENTO DO BRASIL, HOJE, FAZ-SE O ESFORÇO DO ENEGRECIMENTO.

Antes que avance, uma observação. Não me venham com a tolice de que os números são sérios porque tirados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), O Pnad não determina que “pardo” é igual a “negro”. Essa é uma leitura política, não técnica. Adiante.

Comissão fascistóide
Mesmo diante dessa avalanche de mentiras, de leituras ideologicamente interessadas, não imaginei possível a brutalidade que colheu a estudante Tatiana. Não, eu não acho que ela seja “negra”. Quem diz que ela é negra é o IBGE. Quem diz que ela é “negra” é o Ipea. Quem diz que ela é negra é a política de cotas raciais. ATENÇÃO: TATIANA ESTÁ NOS NÚMEROS OFICIAIS QUE DIZEM HAVER 49,8% DE NEGROS NO BRASIL. OU BEM ELA É NEGRA E TEM “DIREITO” À SUA VAGA (SEGUNDO A POLÍTICA DE COTAS VIGENTES), OU BEM, COMO É FATO, ESSES NÚMEROS SÃO FALSOS, E A POLÍTICA DE COTAS RACIAIS FICA ABSOLUTAMENTE DESMORALIZADA. Sim, os números são falsos, e tal expediente já se desmoralizou. Mas está em vigência. E Tatiana não pode ser discriminada por uma comissão que agora decide quem é e quem não é negro. Grupos como esse foram muito ativos na Alemanha nas décadas de 30 e 40 do século passado...

Não basta ser negro...
Acontece, meus caros, que não basta ser negro; é preciso também ser vítima. Não basta dizer-se pertencente a uma minoria; é preciso também aderir à política do coitadismo. Não basta dizer-se pertencente ao grupo; é preciso exercitar um tanto de rancor. NÃO BASTA TER UM DIREITO (OU PRIVILÉGIO); É PRECISO TAMBÉM SER UM MILITANTE DA CAUSA. E Tatiana não é. Tatiana é alguém a quem foi dado um “direito” — a ela e a milhões de outros. E ela resolveu exercitá-lo.

Um certo Jorge Luiz da Cunha, pró-reitor de Graduação da universidade, que assina os documentos de cancelamento de vaga, disse o seguinte em entrevista: “Ela respondeu que nunca sofreu discriminação, que nunca se considerou parda, que se considera mais clara que outros integrantes da sua família e que, no vestibular, foi a primeira vez que se disse ‘parda’. Partindo do espírito das políticas de ações afirmativas, a comissão, que inclusive tem representantes do Movimento Negro, entendeu que ela não se sente participante desse grupo”.

Entenderam? Se o Ministério Público tiver vergonha na cara, aciona este senhor sob a acusação de abuso de autoridade. A lei das cotas raciais não exige que a pessoa se sinta discriminada ou tenha sido alvo de preconceito. O fato de haver pessoas do “Movimento Negro” — o “movimento” agora virou tribunal racial? — na comissão não torna legal a arbitrariedade. E se Tatiana tivesse mentido? Onde é que está escrito que só os sofredores têm direito a cotas?

Observem como as coisas se dão. Essa gente toma para si a Constituição e resolve reinterpretá-la ao bel-prazer, transformando a desigualdade em instrumento de justiça. Para que pudesse lograr o seu intento, reivindicou o direito de DECIDIR QUEM É NEGRO. E foi assim que os mestiços se tornaram, então, negros. Agora que lhe foi dado esse poder, executa a manobra típica das revoluções vitoriosas: começou a fase dos expurgos. E AQUELES QUE DECIDIRAM QUEM É NEGRO COMEÇAM A DECIDIR QUEM NÃO É NEGRO. Antes, diziam reivindicar um direito. Agora está claro que, de fato, eles se tornaram concessores de privilégios.

O Senado discute uma lei que oficializa o racismo no país sob o pretexto de instituir uma política de cotas em todas as escolas federais. Que preste bem atenção ao caso da estudante Tatiana. Obviamente parda, ela foi vítima de um tribunal racial. Não que a cor de sua pele não lhe dê “direito” à cota — segundo a lei vigente, dá, sim. Ocorre que o problema de Tatiana está no coração: FALTA-LHE A DOSE NECESSÁRIA DE ÓDIO, QUE É O VERDADEIRO ALIMENTO DO RACISMO. DE QUALQUER RACISMO.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Por que a demissão derruba as ações do BB

Publico aqui um excelente post da Miriam Leitão sobre a demissão do presidente do BB:

O Banco do Brasil é empresa de capital aberto. O governo não o dono, é o maior acionista. Por isso, a demissão assusta e derruba as cotações. O spread bancário é um problema grave, mas o presidente da República não pode administrar um banco de economia mista. É um disparate.

Nenhuma intenção de defender o presidente do Banco do Brasil que foi demitido, apenas é preciso entender como a economia funciona: se o BB tem acionistas privados, ele tem que operar com as regras do mercado, buscando lucro e competindo com os outros bancos. Se ele vai ser administrado pelo presidente da República ou pela chefe da Casa Civil, então não pode ter ações no mercado. Ou uma coisa ou outra.

Mas as estatais, mesmo com ações em mercado, têm atendido aos interesses do governo e do partido do governo desde o início da administração Lula. Foi assim com aquela velha história, já esquecida depois de tantos escândalos, em que o Banco do Brasil comprou milhares de ingressos para um show com renda para o PT. A Petrobras, há muito tempo, só tem um interesse: montar palanques para o governo.

Esse tipo de distorção cria uma incerteza regulatória que assusta qualquer investidor.

Dito tudo isso, é bom lembrar que um dos maiores mistérios brasileiros é o tamanho do spread bancário, de qualquer instituição financeira, e em qualquer época ou situação econômica. Os bancos diziam que os juros cairiam quando houvesse lei de falências aprovada. Ela foi aprovada e os spreads não caíram. Depois, diziam que era quando houvesse liberação de compulsório. E nada. Diziam que era quando a Selic caísse, e nada também. A Febraban diz que as comparações com spreads de outros países são comparações entre bananas e laranjas, e que os juros aqui têm impostos demais. Experimente tirar os impostos das contas. Eles, ainda assim, serão estratosféricos.

O Banco Central tem dito que está preocupado com o assunto, mas nada acontece. A demissão do presidente do BB é um ato de desespero.

Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/miriam/#175666

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mais uma balela de Lula

Lula afirmou que quer entrar para a história como sendo o primeiro presidente a conceder um empréstimo ao FMI. Pura balela. O Brasil tem dinheiro no fundo desde que foi criado em 1944, o que o presidente está fazendo é aumentar a cota do brasil de 1,4% para 1,7%. Chique né?

Não vejo nada errado nessa atitude do presidente, exceto pelo fato de que, se fosse outro a fazer isto, com certeza estaria sendo demonizado por Lula. Mas como é ele, pode. Imagino até o discurso que o molusco teria feito caso fosse Serra ou FHC quem aumentasse essa participação:

"O Brasil precisa desse dinheiro para pagar nossas obras"

ou

"Antes de emprestarmos dinheiro ao FMI, primeiro temos que pagar a nossa dívida externa"

Com certeza, alguma coisa viria. Mais, ele afirmou em discurso: "Em minha juventude, carreguei faixas em São Paulo que diziam 'fora FMI', (mas) o Brasil não quer se comportar como um país pequeno". Bonito né? Agora o Brasil não pode mais se comportar como uma país pequeno, nos outros governos podia.

Isso tudo reforça o post de ontém, sobre as bravatas do nosso excelentíssimo molusco.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A TEORIA DA BRAVATA, CRIAÇÃO GENUÍNA DE LULA, GANHA O MUNDO

A Teoria da Bravata, uma criação genuína do nosso Apedeuta, ganhou o mundo. Vocês se lembram. Poucos meses depois da posse, no primeiro mandato, Lula foi questionado sobre, sejamos genéricos, o fato de dar continuidade ao governo de seu antecessor, FHC, que ele demonizava tanto, e de propor medidas, como a reforma da Previdência, que rejeitara quando liderava a oposição. Então ele deu uma explicação: “Quando a gente está na oposição, faz muita bravata”. E ainda emendou que, no governo, é preciso ser responsável. Corolário: quando ele atacava FHC, o tucano era o responsável, e o ele, o contrário. Mas a prática lhe garantiu a Presidência, não é? Lula não tem motivos para achar que a bravata — contra os outros — é uma coisa ruim.

Ontem, na entrevista coletiva que deu, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, citou o Babalorixá de Banânia. Vá lá: trata-se de uma homenagem, com aquele humor inglês, vocês sabem, um pouco batata, um pouco peixe. E disse o quê? “Estive no Brasil na semana passada, e acho que o presidente Lula me perdoará por dizer isso. Ele me disse: ‘Quando eu era líder do sindicato, eu culpava o governo. Quando me tornei líder da oposição, eu culpava o governo. Quando me tornei governo, passei a culpar a Europa e a América’."

Não é o máximo? A revelação de Brown demonstra que a Teoria da Bravata ganhou uma dimensão verdadeiramente oceânica. E é de se notar que a valentia de Lula nas entrevistas coletivas não corresponde ao conteúdo das conversas privadas. Para ganhar o noticiário, ele acusa a irracionalidade dos “brancos de olhos azuis”. Para os brancos de olhos azuis (ou quase...), ele revela só o aspecto cínico da política: “Olhem aqui, estou culpando vocês porque faz parte do meu show. Mas vocês sabem que isso é bobagem, né?”

Eu já sabia disso. Almocei, não faz muito tempo, com um empresário que integrava o famoso Grupo 14 da Fiesp, quando Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Ele me contou das conversas animadas que o Grande Líder mantinha com a “craçe dominânti”, mediadas por um bom uísque 12 anos. Acertavam-se ali os passos da radicalização e do acordo possível — incluindo greve, gritaria, passeata e tudo mais. Há quem diga que as coisas são assim mesmo, que isso seria próprio do “animal político”. Vai ver é mesmo.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Lula: com um olho no gato e outro nos peixinhos

Por Luciana Nunes Leal e Tânia Monteiro, no Estadão:
Reunido em Londres com os líderes do G-20 para discutir a crise mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi obrigado ontem a intervir para tentar compensar as perdas financeiras dos municípios mais prejudicados com a redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), provocada pela queda de receitas da União. Ontem, em Brasília, a Câmara já foi palco de um encontro de prefeitos da oposição (PSDB e PPS) e para terça-feira está agendada uma marcha de prefeitos de todos os partidos, também na capital.
Pela manhã, ainda em Paris, Lula recomendou ao presidente em exercício, José Alencar, que não esperasse sua volta ao Brasil para definir a ajuda aos municípios. Ele quer evitar uma rebelião dos prefeitos, já que se comprometeu politicamente com eles durante encontro em fevereiro, quando montou palanque em Brasília para embalar a pré-candidatura ao Planalto da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Com a crise e as desonerações promovidas pelo governo para atenuar os efeitos da desaceleração econômica, o repasse de dinheiro via FPM caiu cerca de 15% em março, quando comparado com o mesmo período de 2008, segundo a Confederação Nacional de Municípios.
A decisão final sobre como será o socorro da União e que municípios serão beneficiados vai ser tomada na próxima semana, quando o presidente Lula voltar ao Brasil. Mas a tendência, pelo quadro apresentado ontem ao vice José Alencar, é que ganhem ajuda do Planalto cerca de 3.300 municípios com população abaixo de 24 mil habitantes e que, segundo o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), concentram as maiores perdas com a queda nas transferências do FPM.
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