Nos últimos anos a política fiscal do governo Lula degringolou de vez. Enquanto ele mantinha o que vinha sendo feito, estava excelente. Abaixo reproduzo uma parte da matéria publicada na folha sobre o superavit. Este será o primeiro ano desde 1999 (quando as metas foram estabelecidas) que o Brasil não conseguirá cumprir a meta. E isso nada tem a ver com a crise. Só neste ano, as despesas com custeio aumentaram mais de 20%, milhares de novos empregos em Brasilia e os investimentos cresceram míseros 2%.
O governo anda distribuindo dinheiro, para o próprio FMI, antes tão odiado por Lula. Além de alguns milhões para os plantadores de coca bolivianos ( se vocês duvidam, procurem notícias recentes na internet ). E tem mais um detalhe: há alguns meses atrás o governo já havia reduzido a sua meta de superavit ( antevendo a gastança que faria ), não conseguirá nem cumprir a meta reduzida.
Sempre achei que Lula agia com má-fé durante as campanhas, e que depois de eleito mostrou sua incompetência. Não é incompetência, é má-fé também na administração. À partir do final deste ano, o Brasil estará mais endividado, o risco-Brasil vai voltar à subir, afinal ninguém arriscaria investir muito em país que não honrra a principal de suas metas fiscais e segue aumentando a sua dívida.
Mas o pior de tudo é a bomba que está sendo armada para 2011. O próximo presidente terá muito trabalho para reverter muitas coisas que estão sendo feitas por Lula.
Por Gustavo Patu, na Folha:
Dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional indicam que, pela primeira vez em dez anos, o governo federal corre o risco de não cumprir suas metas no programa de ajuste fiscal -já reduzidas, quatro meses atrás, em razão dos efeitos da crise econômica global.
Em julho, a arrecadação de impostos superou em R$ 1,4 bilhão as despesas com pessoal, aposentados, programas sociais, investimentos e custeio administrativo, mas esse superavit -que corresponde à economia necessária para o abatimento da dívida pública- foi pequeno diante dos objetivos fixados para o ano.
Nos primeiros sete meses do ano, o superavit, chamado de primário por não considerar as despesas financeiras do governo, somou R$ 22,4 bilhões, ou 52,5% da meta anual de R$ 42,7 bilhões a ser atingida, em conjunto, por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central. A experiência dos seis anos anteriores do governo Lula mostra que, nesse período, sempre se cumpriu algo entre 75% e 85% do resultado anual.
Entre o saldo conseguido e o que seria necessário para manter o desempenho dos últimos anos, há uma diferença suficiente para bancar o programa Bolsa Família por um ano.
Os humores do calendário são essenciais para o cumprimento das metas -e os primeiros meses do ano são, justamente, os mais propícios para acumular superavits. No segundo semestre crescem as despesas com obras de infraestrutura, como as do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e em dezembro há deficit devido ao 13º salário dos servidores públicos.
Outros sinais demonstram como a queda das receitas e a expansão das despesas distanciaram o governo de suas metas, caso inédito desde que, por imposição do FMI, a política de superavits primários foi iniciada em 1999. Aqui
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