quarta-feira, 4 de março de 2009

TARSO E O MUNDO DOS MORTOS

O Jornal Nacional ouviu ontem o ministro da Justiça, Tarso Genro, sobre as ações do MST, que o próprio Lula, em entrevista coletiva a que estavam presentes jornalistas estrangeiros, houve por bem censurar. E o que disse Tarso?

"Eu não vejo nenhum índice de aumento da violência. O que ocorre é a mobilização dos movimentos sociais, em determinadas circunstâncias, de uma maneira mais arrojada. Quando eles violam a lei ou a Constituição, os estados têm que operar ou quando a União for chamada opera também”.

Este senhor é irredimível. A cada fala sua, o estado democrático e de direito sai rebaixado. No dia 21, o MST executou quatro pessoas. Primeiro, as vítimas levaram tiros nas pernas, sinal de que tentavam fugir de seus algozes. Em seguida, tiros na cabeça — uma delas foi atingida no rosto. É o que ele entende por “maneira mais arrojada” de fazer reivindicações.

É o ministro que negou a extradição para a Itália do terrorista Cesare Battisti, condenado por assassinatos. Em sua justificativa, Tarso afirmou que aquele pobre homem poderia ser perseguido em seu país. Temos o exemplo vivo do que esse gigante do direito considera o comportamento exemplar de um estado democrático. Reconheçamos: em matéria de homicidas, o ministro não discrimina nacionalidade. Parece bastar a identidade ideológica dos facínoras.

Esse gigante também é militante incansável em defesa da revisão da Lei da Anistia. Mais uma vez, não lhe falta coerência. Trinta anos depois, ele continua a querer a revanche. Fosse por senso de Justiça, ele demonstraria agora a sua indignação com os homicidas do MST. Mas quê...

Para Tarso, os assassinos têm lado. E os mortos também.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

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