segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Governo contrata esquerdistas

Quero inaugurar esse blog, comentando sobre algo que eu li hoje e achei extremamente prejudicial ao país.

Não quero fazer deste um blog anti-petista, nem anti-lula. Quero me manter neutro, para opinar o que tem sido feito de bom e de ruim no governo lula, bem como nos outros governos que vierem a assumrir a presidência.

Infelizmente o governo lula toma algumas atitudes estranhas, vou colar aqui um e-mail que foi enviado ao Reinaldo Azevedo por uma economista que participou de um concurso do IPEA. Concurso cujo objetivo deveria ser selecionar os melhores economistas, cujos salários serão de R$ 11 mil. O salário é justo, visto que os cargos devem ser ocupados por excelentes profissionais da área. Segue o relato:

Quem vem acompanhando os acontecimentos recentes do IPEA, iniciados desde que a nova diretoria assumiu, poderia esperar que o maior concurso da história da instituição tivesse algum viés ideológico e teria algumas excentricidades. Entretanto, o que se viu no concurso realizado no dia 13/12/2008 supera de longe a expectativa mais pessimista. Não quero aqui julgar o viés ideológico da prova e sim a capacidade de selecionar pesquisadores de qualidade.

O que deveria ser exigido na seleção de um bom pesquisador aplicado em economia (para fazer jus ao nome da instituição)? Na minha opinião, conhecimentos sobre diversas linhas de pensamento, o instrumental básico de micro e macroeconomia e econometria. O edital da prova, entretanto, já adiantava alguns problemas. A palavra “econometria” não era nem citada, e as vagas foram dividas em áreas de especialização, de conteúdo limitado, o que beneficia "concurseiros" em detrimento de economistas de formação ampla. Escolhi, por eliminação, a área "Estruturas Produtivas, Tecnológica e Industrial", que continha microeconomia e outros tópicos sobre a estrutura produtiva brasileira, e fui surpreendida com uma prova que nem condizente com o conteúdo anunciado era.

A prova é um festival de afirmações cheias de juízo de valor e de linguagem ininteligível (...). O que dizer sobre a frase: "A especulação financeira vislumbra como luz no fim do túnel o brilho do tesouro nacional"? Ou "Sem a conversão dos fundos públicos em pressuposto geral do capital, a economia produtiva capitalista é insustentável"? (...). Como se não existissem inúmeras teorias de economistas consagrados, fez-se referência à teoria de padrões de acumulação e oligopólios do sociólogo Francisco de Oliveira (que correspondeu a quase 10% da prova) e do conceito de “burocracia” do filósofo francês Claude Lefort. Para ser justa, não posso ignorar que fizeram perguntas sobre as teorias de Schumpeter, Malthus e Adam Smith, mas será que mais nada foi pensado em economia que mereça menção na prova?

Outra excentricidade foi o grande número de perguntas sobre artigos de leis e instruções normativas sobre parcelamento do solo, IPTU, Estatuto das Cidades, posse de terras e acesso à terra, que nem citados no programa estavam. Alguém deve estar se perguntando sobre o conteúdo de microeconomia, que correspondia a um terço da prova segundo o edital. Estes exigiam o conhecimento passado no primeiro dia do curso de microeconomia: "O custo total médio da produção é a soma, para cada nível de produção dos custos fixos e variáveis", ou "A teoria da firma se desdobra em Teorias da Produção, dos Custos e dos rendimentos e alicerceia a análise da oferta". Ou ainda: "Como as quantidades procuradas (QP) não dependem diretamente do nível de preços (P), é correto afirmar que não há uma relação funcional de dependência entre as variáveis QP e P".

A prova foi fechada com chave de ouro com a parte discursiva, onde as duas únicas questões eram sobre a teoria neo-shumpeteriana. Esses são os horrores da prova de "microeconomia". Não faltam exemplos nas outras áreas. Não sei se fico mais deprimida como economista, por pensar no futuro do IPEA e no que o governo considera que é um conteúdo razoável para um profissional da minha área, ou como cidadã, que pagará impostos para custear os cerca de 60 profissionais que serão contratados com base nesses critérios para ganhar quase R$ 11 mil por mês.


Voltando...

Mesmo não sendo especialista em economia, percebo que as questões citadas pela economista são, no mínimo, estranhas. É obvio que para um concurso que visa selecionar os melhores profissionais disponíveis em determinada área, as perguntas deveriam ser objetivas e condizentes com o cargo.
Apesar de parecerem condizentes, perguntas ideológicas ou políticas não podem fazer parte de qualquer tipo de prova em concursos públicos, por uma razão óbvia.

O IPEA, era subordinado ao Ministério do Planejamento, mas o governo passou a bola para a Secretaria de Assuntos de Longo Prazo ( dita por uns, SEALOPRA ). Secretaria essa, que foi criada pelo governo Lula, para variar.

Podemos perceber que os Assuntos de Longo prazo tem um foco muito bem traçado. Estamos falando em longo prazo para o PT e não para o Brasil. Pelo menos nisso, parece que estão sendo competentes, tratando de filtrar a entrada de funcionários públicos ( de alto escalão ) que estejam "engajados" com a "causa". Ora, é muito mais fácil manipular estes que são simpáticos às ideologias do PT.


Nenhum comentário:

Postar um comentário